quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Uma crônica sobre a escola e suas classificações

Alguns a vêem como uma espécie de casa do terror, ou o lugar mais entediante que se possa conviver, a quem diga também que seja um posto de saber, mas para mim a escola é uma selva. Meu nome é Matheus, tenho 16 anos e curso o 2° ano do Ensino médio em uma escola particular e muito tradicional do Rio de Janeiro, não sou o tipo de aluno que seja popular, mas também não me colocaria como o excluído, sou um tipo diferente, o típico neutro, aquele que ninguém ama e nem odeia.

Há muito tempo venho observando os meus colegas de classe, a maioria de nós esta junto desde o inicio do fundamental, alguns podem negar, mas nossos colegas à medida que o tempo passa se torna uma espécie de família. Passamos cerca de cinco horas por dia juntos durante 200 dias letivos, o que se formos pensar bem se torna mais tempo do que se passa com sua própria família.
Bom, em torno destes seis anos juntos, percebi quanto o ambiente escolar pode afetar os estudantes, cada classe tem um número diferente de alunos, com características diferentes, mas algo não se pode negar, toda turma tem uma classificação, e esta é igual em qualquer lugar do mundo.
A princípio toda sala possui um palhaço, o aluno que até mesmo quando está serio faz todo mundo da sala gargalhar. É graças a ele que a ida ao colégio se torna menos entediante, muitas vezes é o mais vigiado pelos professores. E por falar neles, assim como o aluno palhaço, toda escola tem o seu professor palhaço, aquele que para de explicar uma matéria pra fazer piada, que deixa o ambiente mais descontraído e que na maioria das vezes, o preferido da turma, consegue fazer com que seus alunos tirem notas altas.
Indo para o lado oposto, toda sala tem o aluno "negativamente carregado”, ele não ri de nenhuma piada, vive a época escolar como a pior fase de sua vida, e costuma ser o que melhor conhece a sala da direção. Se você esta se perguntando: E existe um professor "negativamente carregado"? Pois eu te respondo que sim meu caro, se você reparar bem vai encontrá-lo em sua classe. Ele é serio, é rígido, e gosta que seus alunos fiquem ligados em sua matéria. Não se pode dizer que seja um mau professor, ao contrario sabe muito bem o que esta fazendo, só é meio militar.
Infelizmente todo colégio tem os seus alunos excluídos, eles são os que passam os mais difíceis dias na época escolar. Costumam sofrer com as piadinhas de outros alunos, alguns chegam a se sentir inferiores quando sofrem algum tipo de Bullying. São os que mais me fazem me sentir triste, e por mais que eu critique isso em mim, não consigo não sentir pena. Estes costumam sair do colégio no ano seguinte, vivem em busca de um lugar para se sentirem queridos. E se depender de mim eles serão aceitos sempre que buscarem a minha amizade.
Já que estamos falando em questão de preferência e aceitação, não podemos deixar de citar os populares da turma. Neste caso as coisas podem variar um pouco, em alguns casos são os atletas, em outros os estilosos e bonitos, e até mesmo os alunos mais radicais podem entrar nessa categoria. O que é importante dizer nesse caso é que os populares do colégio, são adorados pela a maioria, principalmente se formos olhar os da turma mais velha. Os professores gostam deles, a direção gosta deles e até mesmo os funcionários menores do colégio gostam deles.
E por ultimo e não menos importante, toda sala tem seus alunos inteligentes. O termo "nerd" ainda é usado para classificá-los, mas eu prefiro classificá-los como "grandes empresários" ou até mesmo "futuro brilhante". Eles podem ser excluídos em alguns casos, ou acredite se quiser, podem se encaixar entre os alunos populares. O que é mais interessante é que quem não entra nessa classificação tem no mínimo uma pequena invejinha deles.
O que importa nisso tudo é que durante a minha vida escolar eu percebi como a ela pode afetar os nossos comportamentos. Por mais que como qualquer estudante eu em alguns dias gostaria de ficar em casa ao invés de ir para lá, sem ela minha vida ia ser totalmente entediante. E de uma coisa eu não tenho duvida, daqui a um ano quando eu me formar, sentirei falta de viver nessa selva chamada escola.
Igor

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